Estive recentemente no ensaio do bloco Cortejo Afro em Salvador, cujo slogan "Elegantemente Sofisticado" faz jus ao nome.
O Cortejo Afro foi criado em 2 de julho de 1998, data da Independência da Bahia, pela comunidade de Pirajá, em um terreiro de candomblé, o Ilê Axé Oyá, atesta toda a sua autenticidade e força da cultura negra sob a orientação espiritual da sacerdotisa Mãe Santinha, uma das mais respeitadas mães de santo da Bahia. O idealizador e fundador do Bloco, o artista plástico Alberto Pitta, trabalha há 30 anos com roupas com influência afro, criando modelos para os afoxés e blocos de Salvador, inclusive fez as fantasias do Olodum durante 15 anos. A intenção de Pitta é resgatar as cores, sons e ritmos do carnaval, que em sua opinião “o tempo se encarregou de apagar, tornando a maior festa popular do mundo, numa pasta só”. Daí a a presença frequente do branco sobre branco, o azul e prata que são cores de Oxalá. Já os grandes sombreiros que são utilizados pelos integrantes, segundo Pitta, “visam passar o visual dos reinados das tribos africanas, especialmente de Benin, Costa do Marfim, dentre outros países africanos”. O ensaio aconteceu na Praça Teresa Batista, localizada no Pelourinho em Salvador. No comando dos tambores, Cortejo Afro ainda reúne um time de primeira de mulheres percussionistas.
O momento mais emocionante acontece no final, quando o bloco e sua elegante bateria se dirige às ruas do Pelourinho sob uma chuva de folhas de aroeira. África na veia!