quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

ANIVERSÁRIO DO CINEMA NA LAJE

Pra comemorar o aniversário do Cinema na Laje, sala de cinema ao ar livre na laje do Zé Batidão na zona sul, vai rolar o filme Besouro.
Quem tiver na área, não perca.


Samba do Monte homenageia a Rainha Clara Nunes

Clara Nunes é uma das maiores cantoras e intérpretes brasileiras, nasceu em Paraopeba, MG, em 12 de agosto de 1943. O pai, Mané Serrador, era violeiro e cantador de folias-de-reis. Órfã desde pequena, aos 16 anos foi para Belo Horizonte, onde conseguiu empregar-se como operária numa fábrica de tecidos.

Por essa época cantava no coral de uma igreja, ao mesmo tempo em que, ajudada pelos irmãos, concluía o curso normal. Em 1960 foi a vencedora da final do concurso A Voz de Ouro ABC, em sua fase mineira, com Serenata do Adeus (Vinícius de Moraes), e obteve o terceiro lugar, na finalíssima realizada em São Paulo, com Só Adeus (Jair Amorim e Evaldo Gouveia).

Em 1965 foi para o Rio de Janeiro e passou a apresentar-se na TV Continental, no programa de José Messias. Ainda nesse ano, após teste, foi contratada pela Odeon, que, em 1966, lançou seu primeiro LP, A voz adorável de Clara Nunes, em que interpreta boleros e sambas-canções. Em 1968, gravou Você passa e eu acho graça (Ataulfo Alves e Carlos Imperial), que foi seu primeiro sucesso e marcou sua definição pelo samba.

Em 1972, além de ter realizado seu primeiro show, Sabiá, sabiô (com texto de Hermínio Bello de Carvalho), no Teatro Glauce Rocha, no Rio de Janeiro, lançou o LP Clara, Clarice, Clara, com musicas de compositores de escolas de samba e outras de Caetano Veloso e Dorival Caymmi. Ainda nesse ano, gravou o samba Tristeza pé no chão (Armando Fernandes), apresentado no Festival de Juiz de Fora, que vendeu mais de 100 mil copias. Em fevereiro 1973, estreou no Teatro Castro Alves, em Salvador, com o show O poeta, a moça e o violão, ao lado de Vinícius de Moraes e Toquinho. Em 1973 gravou na Europa o LP Brasília e, no Brasil, o LP Alvorecer, que chegou ao primeiro lugar de todas as paradas brasileiras com Conto de areia (Romildo e Toninho). Em 1974, ao lado de Paulo Gracindo, atuou no Canecão, no Rio de Janeiro, na segunda montagem do espetáculo Brasileiro, profissão esperança, de Paulo Pontes (do qual foi lançado um LP), que contava as vidas de Dolores Duran e de Antônio Maria. Em 1975, ano do seu casamento com o compositor Paulo César Pinheiro lançou Claridade, seu disco de maior sucesso. Outro grande sucesso veio em 1976, com o disco Canto das três raças. Em 1977 lançou As forças da natureza, disco mais dedicado ao samba e ao partido-alto. Em 1978 lançou o disco Guerreira, interpretando outros ritmos brasileiros. Em 1979 lançou o disco Esperança. No ano seguinte veio Brasil mestiço, que incluiu o sucesso Morena de Angola, composto por Chico Buarque para ela. Em 1981 lançou Clara, com destaque para Portela na avenida. No auge como intérprete, lançou em 1982 Nação, que seria seu último disco.

Morreu em 02 de Abril 1983, depois de 28 dias de agonia, hospitalizada após um choque anafilático ocorrido durante uma cirurgia de varizes. Em dezembro de 1997, a gravadora EMI reeditou a obra completa da artista, em 16 CDs remasterizados no estúdio de Abbey Road, em Londres, e embalados em capas que reproduzem as originais.

Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira




Samba-Rock do Sandália de Prata no Monte Azul

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Hip hop ganha prêmio de quase R$2 mi

por Alexandre De Maio

Já saiu a confirmação do “Prêmio Cultura Hip Hop 2010″, realizado pelo Ministério da Cultura. As inscrições começam em abril de 2010 e o edital premia 128 ganhadores no Brasil - com verba de R$1,7 milhão. A premiação homenageia o rapper/ativista Preto Ghóez, do grupo Clã Nordestino, que morreu em 2004.

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O homenageado Preto Ghóez

Em entrevista, o Secretário da Identidade e Diversidade Cultural, Américo Córdula, falou sobre o homenageado.

“A Secretaria de Identidade e Diversidade Cultural tem a tradição de realizar uma homenagem às lideranças dos segmentos que atua. Preto Ghóez foi um grande articulador do Hip Hop nacional”, afirma.

Américo acredita ainda que premiar o movimento hip hop significa reconhecer e valorizar a cultura da juventude.

“Esta iniciativa pretende estimular que outros entes públicos e da sociedade civil se inspirem para também criar editais.” O secretário ressalta ainda que o Prêmio é um forma de mapear as iniciativas que utilizam os elementos do hip hop para construir políticas culturais.

O hip hop fecha o ano com chave de ouro, com a concretização de um trabalho e um reconhecimento de uma cultura que mudou a realidade das periferias brasileiras. Confira as categorias:

Reconhecimento: Personalidades ou entidades importantes para o desenvolvimento da cultura Hip Hop.

Sócio-Educativa – Escola de Rua: Iniciativas que já existem e que visem a utilização dos elementos do hip hop em ações sócio-educativas, através de oficinas e arte-educadores.

Geração de Renda: Iniciativas que visem a soluções que gerem renda. Por exemplo, distribuição de Cds e Dvds, oficina de moda, oficina de serigrafia, etc.

Difusão/Conhecimento (5° Elemento): Iniciativas que visem a realização de encontros, seminários ou painéis que reúnam atores do hip hop, ou à projetos que visem a produção de mídias para a difusão do hip hop. Por exemplo: jornais, fanzines, programas de rádios comunitárias, documentários, sítios de internet, etc.

Difusão Menções Honrosas: Valorizar as iniciativas que incorporem, associem, incentive o intercâmbio com outras formas artísticas à cultura hip hop, em particular das expressões culturais afrodescendentes.

Menção Honrosa: Inovação: Iniciativas socio-educativos que incorporam novos elementos à cultura de rua, além dos 4 elementos.

Menção Honrosa: Diáspora: Prêmio concebido a iniciativas que contribuam ativamente para a difusão/compreensão do significado da diáspora, por meio da difusão de informação ou a incorporação de outras formas artísticas negras à cultura hip hop.

FONTE: CATRACA LIVRE

Lançamento do DVD do MC do Grajaú Criolo Doido



sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

ESTRÉIA DOC "VÁRZEA, a bola rolada na beira do coração"

"Entre as nuvens e o terrão existe um sonhador: O Varzeano"

Idealizado pelo rapper Akins, o DOC "VÁRZEA, a bola rolada na beira do coração" é o primeiro documentário sobre o cenário de futebol de várzea de São Paulo.

Nesta próxima segunda, 8 de fevereiro, vai rolar a estréia na Galeria Olido a partir de 19H, no centro de SP.

Quem não puder comparecer na Olido, pode conferir a exibição do Doc nas seguintes sedes de times de futebol:

11.02 - 20H
Sede da Vila Fundão
R. Glenn, s/n - Vila Fundão - Capão Redondo

12.02 - 19H
Sede do Inajar
R. Vicente Jorge n69, Divinéia - ZN

20.02 - 20H
Sede do Jaqueline
R. Carlantonio Carlone, s/n - Referência Bar do Ó.

Mais informações no www.varzeaojogodavida.com.br

MIL GRAUS NA TERRA DA GAROA por SÉRGIO VAZ

Sérgio Vaz esteve recentemente no México a convite do Centro Cultural da Espanha pra participar de um seminário de cultura, onde conheceu alguns conheceu projetos culturais e articulações periféricas na Cidade do México. Mais informações e fotos no Blog do vira-lata da literatura.

MIL GRAUS NA TERRA DA GAROA

São Paulo é uma cidade no cio. Por isso, transa com todo mundo e em todos os lugares. É bonita porque é feia, e como toda feia que se preza, beija mais gostoso. Que os Vinicius me perdoem, mas feiúra é fundamental.
Do alto do prédio ou na superfície da alvenaria, a cidade dói nos olhos dos inocentes que transitam nas calçadas. De onde eu a vejo, minhas retinas são seletas e, de como eu a vejo, as esquinas são espertas.
A cidade de São Paulo, que está no mapa, não é toda daquele tamanho, muita gente já tirou um pedaço, que faz muita falta na mesa do jantar, ou depositou em conta corrente, que nada contra a corrente, de quem ama esse lugar.
Essa maçã mordida que a massa não come, constrói o luxo que alimenta o lixo escondido debaixo do tapete. Essa cidade não é minha e não devia ser de ninguém, mas ela existe, e todo ano faz aniversário. Longe do estupro a céu aberto eu costuro meu poema sobre a torre de babel, que samba o rock triste, deste carnaval de concreto e de garrafas fincadas no chão. O cartão-postal do meu coração não despreza o centro nem esconde a periferia. São Paulo pra mim é pagode com feijoada nos botecos que brotam nas ladeiras. É samba da vela, elétrico nos trilhos de santo Amaro até o samba da hora atrás da batina da Igreja da Estrada do M'Boi Mirim. É ser Rap Soul funk ou metal de primeira. E segura o Peão que corre a cavalo na pista dos bares de Interlagos onde a Primavera começa toda sexta.
É cantar de galo nas Rinha dos Mcs no Grajaú onde o Criolo Doido não tem nada de louco. É sarau da Cooperifa no quilombo do Jardim Guarujá, onde a poesia nasce das ruas sem asfalto, em plena quarta-feira... a literatura do morro arranhando os céus da cidade. Ô povo lindo, ô povo inteligente!
É comprar livros nos sebos e ensebar nos bancos da praça ou do metrô, até o Jabaquara. É ler Brasil de fato com os caros amigos dos Becos e vielas dentro do ônibus ou na fila de espera. É ser Um da sul e ser 100% favela, e se é por ela, deixa a bússola te levar.
É assistir a Glauber Rocha no cine Becos que é cinema novo para galera do Jardim Ângela, que é truta do jardim Ranieri. Ou dançar samba de côco no Panelafro, onde Zumbi impera no largo de Piraporinha. É jogar futsal nas quadras das escolas públicas, quase abandonadas pelo alfabeto. É conspirar a favor, tomando cerveja gelada no bar do Zé Batidão. É Carolina de Jesus de Jéferson De, saindo da tela. É as mina de vestidinho e chinelo de dedo no churrasco em cima da laje.
É comer pipoca sem pipoco na quermesse da Vila Fundão, no coração do Capão. É a rapaziada nos campos de várzea de canela em punho maltratando a bola ou sendo maltratada por ela. É Poesia do Binho no Campo Limpo, pra se livrar das sujeiras. É ver os sonhos se realizarem na Casa do Zezinho onde as Marias também são vem-vindas.
É ser preto ou branco, tanto faz, mas principalmente verde, que é a esperança da paz. É o ensaio da Vai-Vai e das outras escolas unidas do morro. É Amado batista no Vila Sofia, à capela, no Socorro a caminho da represa de Guarapiranga. É comer peixe na barraca do Saldanha. É Levar os espinhos na Casa das rosas para colher cravos e margaridas que nasce no Jardim das Rosas. É não ouvir cd pirata nem original, quando o mesmo for caro.
É ser enquadrado somente pelas lentes do Marcelo Min, QSL?
É ser "nóis vai", mesmo quando a gente não for. É Falar errado, mas agir correto.
É curtir o sol mesmo quando ele não vem -e encontrar sempre as mesmas pessoas no muro das lamentações. É empinar pipa nos dias sem vento.
É viver mil fitas e ser mil graus na terra da garoa.
Enfim, São Paulo é isso, mas também tem outros lugares.