quinta-feira, 1 de julho de 2010

Expulsos pela renda, situação das comunidades cariocas


O aumento do valor imobiliário, e o alto custo dos serviços, expulsa os mais pobres das comunidades ocupadas

FONTE: BRASIL DE FATO
Leandro Uchoas do Rio de Janeiro (RJ)


Uma das principais críticas às UPPs diz respeito à chamada “remoção branca”. Pela elevação do custo de vida nos locais onde são implantadas, acabam expulsando moradores, incapazes de arcar com os novos preços, para outras regiões. Como a política tem privilegiado favelas localizadas em regiões ricas das cidades, os pobres acabam sendo expulsos para as regiões distantes dos centros econômicos, reproduzindo a formação geográfica de outras metrópoles, onde os pobres moram, quase sempre, na periferia.
Levantamentos recentes comprovam a afirmação. Segundo dados divulgados pelo jornal O Globo, imóveis nas regiões teriam valorizado até 400%. Cada vez mais, as comunidades estariam ganhando casas mais altas e cômodos anexos. O aluguel de uma loja na Cidade de Deus já estaria custando cerca de R$ 500 – 150% a mais do que antes da instalação da UPP. Na favela do Batam, um condomínio grande de classe média foi construído.

A maioria das comunidades vai ganhar um Posto de Orientação Urbanística e Social – já existente no Santa Marta e no Morro do Borel.
Tarifas antes desconhecidas dos moradores também passam a existir. Em muitas comunidades ocupadas, os “gatos” na luz e na TV a cabo foram eliminados. As pessoas passaram a ter que pagar pelas benesses – e sem a tarifa social, prerrogativa permitida por lei para que os pobres paguem menos por determinados serviços. Na Ladeira dos Tabajaras, a polícia acaba de proibir a atividade de moto-táxis, sem maiores explicações. Mais de 30 bares foram fechados no Pavão-Pavãozinho, por estarem sem alvará.

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