quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Menos obra, mais ensino


Uma escola estadual da cidade de São Paulo (Carlos Maximiliano eu estudei nesta escola) estava com vários andares ociosos e estava ameaçada de ser fechada por falta de alunos. No ano passado, decidiu-se ocupar as salas vazias para dar aulas de cursos técnicos, que só não se expandiam por falta de prédios. Uma ideia simples, óbvia, acabou produzindo o que pode ser encarado com milagre na administração pública.

A escola que realizou aquela experiência (mais detalhes no www.catracalivre.com.br) não sabia, mas estava apresentando uma solução que economizou dezenas de milhões de reais --e vai economizar mais dezenas de milhões de reais nos próximos anos. Um levantamento mostrou que havia, no Estado de São Paulo, centenas de colégios em situação semelhante e se decidiu, em vez de erguer prédios para mais escolas técnicas, utilizar as salas vazias.

Além da economia de dinheiro, ganham as escolas regulares, que passam a oferecer um importante atrativo para seus alunos, aproximando-os do mercado de trabalho. Tudo isso só ocorreu porque foi a comunidade que, ao tentar salvar aquela escola estadual, atraiu os cursos técnicos.

Está aí uma boa lição aos políticos e administradores públicos, a maioria deles viciados em inaugurações para chamar a atenção: muitas vezes, menos obra significa mais ensino. Desperdiça-se pela incapacidade de juntar espaços, tarefas e programas.

Porque não se pensa nisso, investiu-se e se investe tão pouco na formação dos professores, que não aparece --mas em obras que chamam a atenção do leitor.


Gilberto Dimenstein, 52, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.

Um comentário:

Biba só há Biba disse...

Tatii,

Amei o blog, vou colar seeeempreee!!!

Bjozzz